Os cruzamentos industriais estão cada vez mais difundidos. A raça Angus tem participado destes cruzamentos porque imprime nos seus descendentes maior fertilidade, rusticidade e velocidade no ganho de peso. Por isso, mostramos três esquemas alternativos de cruzamentos industriais, tendo sempre como base a utilização de Angus, na variedade preta ou vermelha.
 
 
1 Sistema alternativo com duas raças.
É um sistema simples em que se deve usar a raça Angus com qualquer outra raça, seja da espécie taurina ou zebuína. Utiliza-se o touro Angus com a raça B, vendendo-se os novilhos e conservando-se as novilhas. As novilhas meio sangue serão cruzadas com a raça B e os ventres desse cruzamento novamente com Angus.
 
2 Sistema Tricross Rotativo.
No sistema rotativo com três raças, coloca-se um touro zebuíno sobre ventres Angus. Os novilhos são vendidos. As novilhas serão conservadas para cruzamento com uma raça taurina européia, compatível com o tamanho do Angus. As filhas do cruzamento com o europeu serão acasaladas com Angus, cujos descendentes voltam com o zebuíno.
3 Sistema Tricross Terminal.
No tricross terminal, usa-se o touro Angus numa raça zebuína ou taurina européia compatível com o Angus. As filhas deste cruzamento são conservadas na propriedade para serem acasaladas com uma raça C, ou terceira raça. Essa terceira raça deve ser, de preferência, de grande porte, porque todos os animais, machos e fêmeas, irão à venda. Nesse sistema é preciso ter sempre a raça Angus mais outra, porque as filhas do terceiro cruzamento são eliminadas da propriedade.

Angus, a raça mais testada.
A raça Angus é a mais testada em cruzamentos. Devido ao tempo que demanda, ao espaço físico que ocupa, as elevadas despesas de manutenção e conseqüente alto custo, a investigação com bovinos não permite artificialismos. Com isso, os resultados alcançados em nível experimental podem ser obtidos a nível de propriedade rural.

As publicações científicas, sobre cruzamentos entre bovinos nas regiões de clima tropical, subtropical e temperado, têm a contribuição de entidades como a Universidade Federal da Flórida/USA, do Projeto de Agricultura Experimental do Texas/USA, da Estação Experimental de Ona, Flórida/USA, da Estação Experimental Agropecuária de Mara/África do Sul, Estação Experimental de São Carlos/SP, do instituto Neozelandês de Ciência Agropecuária/Nova Zelândia, da EMBRAPA, do IPZFO/RS, da Sociedade Australiana de Produção Animal/Austrália.

 

No Brasil, o cruzamento com Angus x Nelore está amplamente difundido no Sul. Nas outras regiões, o cruzamento com raças européias está ganhando espaço rapidamente. Os ganhos com aplicação correta dessa prática já estão mundialmente comprovados.

De modo geral, a cruza com zebuínos se traduz num nível significativo de vigor para a percentagem de parição, sobrevivência de

terneiros, percentagem de desmame, habilidade materna e crescimento. O aumento combinado dessas respostas sobre a produtividade da vaca, reflete-se na elevação do índice de produção total, de enorme importância econômica, o que oscila de 10% em ambiente desfavorável até 50% em ambiente favorável.

O ganho de peso de terneiros, do nascimento ao desmame, é altamente dependente das condições alimentícias. No cruzamento de Angus com diversas raças, constatou-se aumentos de 5 a 15% de heterose para peso ao desmame, o que destaca a maior habilidade materna da vaca cruza. A produção de novilhos é largamente afetada pelo cruzamento e apresenta variações positivas de 4 a 15 % no ganho de peso diário, de 0,5 a 3% no rendimento de carcaça fria, de 0,5 a 2% para os dados de tipificação de carcaça.